Um trail não tem ique ser só correr monte acima, escorregar lama abaixo, cair pedras dentro. Um trail pode ser também uma desculpa para um fim de semana em família, mormente quando o cenário é a Serra da Estrela.
É precisamente essa a proposta do Estrela Grande Trail (EGT): correr sim, mas aproveitar o lugar, essencialmente.
A festa está marcada já para esta sexta-feira, dia 12, e prolonga-se até ao final do dia de domingo, com epicentro em Manteigas.
"Este é um fim de semana que queremos que seja de desporto em família, aliando o desafio de competir no Parque Natural da Serra da Estrela ao lazer em família, numa das regiões que mais tem para oferecer em termos de turismo ativo e desportivo", explica Armando Teixeira, ultramaratonista e um dos organizadores do EGT.
Para quem se queira superar, há quatro distâncias: 15, 26, 49 e, num regresso ao calendário, os 85 km que cobrem boa parte da Serra da Estrela.
Suspenso pela pandemia, este percurso é este ano a grande estrela da competição, com provas a constar do calendário nacional da modalidade. No programa cabe ainda uma caminhada e o Estrela Trail Kids.
Mas a maior novidade é fazer coincidir o EGT com a Lãnd Week (literalmente a Semana da Terra da Lã), um evento que procura valorizar o território a partir de um dos seus produtos mais icónicos - a lã de ovelha das raças Bordaleira e Churra Mondegueira da Serra da Estrela.
Terra de pastores e de burel, Manteigas promove a Serra da Estrela através deste "recurso endógeno sustentável", ainda hoje produzido de acordo com os princípios da economia circular, procurando "gerar inovação a partir do saber ancestral".
Além de ações de promoção aliadas à prova de trail, a Lãnd Week estende-se até ao dia 21 de maio com palestras, workshops e exposições, entre outras iniciativas, numa parceria da Câmara Municipal de Manteigas e das Aldeias de Montanha.
"Para nós faz todo o sentido aliarmo-nos a um projeto desta natureza, que, tal como EGT, cumpre o propósito da valorização da Serra da Estrela, dos seus recursos, promovendo a região e promovendo a sua sustentabilidade", justifica Armando Teixeira.
As inscrições no EGT de 2023 cresceram 30% face ao ano passado, o que reflete a atratividade de um território muito afastado dos grandes centros urbanos e que se quer fazer valer pela Natureza única com que foi abençoado. E pela gastronomia, claro. Até porque é preciso proteína para aguentar tanto quilómetro no corpo.
Falamos dos queijos de ovelha e de cabra, naturalmente, mas também dos enchidos (chouriça, farinheiro e morcela), das trutas dos viveiros locais e das várias formas de cozinhar petiscos únicos, como o caldudo de castanhas, a sopa de abóbora ou a feijoca guisada com carnes de porco.
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