sábado, 28 de julho de 2012

Extinção do Polo de Turismo da Serra da Estrela é «perda significativa»

Serra da Estrela é «uma das poucas marcas sólidas e capaz de atrair investimentos» para a região, defende presidente

O presidente do Polo de Turismo da Serra da Estrela (TSE) não podia ser mais crítico da extinção daquele organismo e à sua posterior integração na Turismo do Centro de Portugal, sediado em Coimbra. O Governo anunciou na semana passada que, além da estrutura da Serra da Estrela, vai ainda extinguir as entidades regionais de turismo do Douro, Leiria-Fátima, Oeste, Alqueva e Alentejo Litoral.

Inconformado com a decisão, Jorge Patrão sustenta que a extinção do Polo da Serra da Estrela representa «uma perda significativa e uma perda de autonomia das marcas de destino turístico» que vão «afetar, principalmente, o interior do país». O responsável considera que a determinação da tutela é «profundamente negativa» para «o futuro da nossa região e do interior», sustentando que «tudo o que sejam medidas que violentem o interior são machadadas nas populações». Jorge Patrão afirma que a Serra da Estrela é «uma das poucas marcas que é sólida e capaz de atrair investimentos» para a região, daí que, com a extinção do polo turístico, anteveja que «essa força se vai perder», até porque, no seu entender, a região ficará «dependente do litoral». Quanto ao futuro dos atuais 15 trabalhadores do organismo, o dirigente confessa-se «muito preocupado», mas sugere que «essa questão não me deve ser feita a mim».

O presidente da TSE já não acredita que o processo volte atrás, mas sempre desabafa dizendo que já viu «tanta coisa em tantos anos» que não afasta esse cenário, pois, mesmo que a extinção avance agora, «no futuro, poderá haver uma nova visão sobre esta matéria». A secretária de Estado do Turismo e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública discutiram na semana passada o ante-projeto de proposta de lei de alteração do regime jurídico das áreas regionais de turismo e das entidades regionais de turismo que vai alterar a atual regulamentação. O documento justifica a mudança legislativa com a necessidade de «adaptação às novas realidades da Administração Pública, mas igualmente para assegurar uma maior eficiência no seu funcionamento e na prossecução dos seus fins». Deste modo, mantêm-se as atuais cinco áreas regionais de turismo e são extintas seis entidades regionais relativas a seis pólos de turismo, por fusão noutras entidades. Assim, para além do pólo da Serra da Estrela, a Turismo do Centro de Portugal também vai integrar o pólo de Leiria-Fátima. Já as entidades regionais de turismo dos pólos do Douro e do Oeste vão ser, respetivamente, integradas na Turismo do Porto e Norte de Portugal e na Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, enquanto que os pólos do Alqueva e do Alentejo Litoral passam a integrar a Turismo Alentejo. De acordo com a proposta legislativa, as entidades regionais de turismo têm por missão a valorização e desenvolvimento das potencialidades turísticas de cada região.

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