Em seis anos, a Ecolã cresceu de Manteigas para países como Alemanha, Bélgica, Holanda ou Itália. O Japão já representa quase 10% das vendas e nem o tsunami de Março no país abalou o negócio. |
João Clara de Assunção decidiu reformular o negócio do pai e do avô e, com a ajuda do amigo António Fonseca Costa, começou em 2005 a apostar em novos produtos, numa imagem mais actual e em novos mercados. A presença em feiras de artesanato nacionais e ibéricas, e noutras mais distantes em França, Alemanha ou Itália foi um grande passo, mas permite agora à empresa exportar mais de 40% da sua produção.
«Somos uma Unidade Produtiva Artesanal, a única em Portugal com o burel certificado, e trabalhamos a lã desde a tosquia até ao produto final», explica António Costa.
A Ecolã vende os seus produtos em Espanha, Itália, França, Holanda, Bélgica, mas principalmente na Alemanha e no Japão, que representam quase 25% das vendas totais e mais de metade das exportações.
«A crise europeia não passa pela Alemanha», afirma António Costa, que continua a ver as encomendas germânicas aumentarem todos os meses. O Japão, por seu turno, é uma aposta com cerca de dois anos que já dá bons frutos. Nem o sismo e tsunami de Março abalaram as vendas: «Não subimos os preços e, entre encomendas que não chegaram e outras que surgiram, mantivemos as vendas». António Costa sente no Japão um «grande reconhecimento e respeito por Portugal» por um lado e «um interesse pelo design dos produtos» por outro.
O primeiro semestre de 2011 deixa antever que a facturação nacional vai estagnar ou até cair, ao contrário das exportações, que vão crescer. Em dois anos a Ecolã terá uma facturação internacional acima da portuguesa, estima António Costa.
Com a estabilização dos parceiros comerciais, os dois responsáveis concentram a sua presença apenas nas principais feiras de Portugal, Itália e Espanha. Mas há novos caminhos para expandir. Na Bélgica, uma designer, Nele De Block, pediu-lhes para lançar uma linha de vestuário feita em Manteigas, a Sennes, que já tem bastante sucesso no Norte da Europa. Esperam conseguir o mesmo com outra designer em 2012, na Áustria.
Outro filão recente é o dos têxteis biológicos, com fio certificado. «Na Alemanha é muito importante. Até os têxteis do Lidl, um supermercado low cost têm muita produção ecológica», diz António.
A Ecolã, que processa 15 toneladas de lã por ano, continua a fazer as tradicionais ‘mantas do pastor’ e cobertores de burel, mas a produção divide-se também por chapéus, écharpes, roupa, cachecóis ou peças de malha.
Fonte: Jornal Sol
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