A equipa nacional de Parapente voltou ao trabalho, com o primeiro estágio prático do ano. Como vem sendo hábito, a tranquilidade do Sameiro, em pleno coração da Serra da Estrela, foi o centro de operações para os pupilos de Eduardo Lagoa. O seleccionador nacional montou um plano de trabalho mais centrado na vertente prática, de forma a acelerar a integração dos novos elementos da equipa. |
Esta é, de resto, uma das principais preocupações do treinador, já que assumiu o risco de apostar num formato diferente: uma mistura de experiência e jovens promessas, preparando o futuro com uma estratégia a médio prazo. "Eu achei que este era um ano de fazer qualquer coisa diferente do que tinha sido feito no ano passado e tentei fazer uma pequena alteração à convocatória dos elementos, dando oportunidade a jovens pilotos. Encontrar 8 a 9 elementos com mérito desportivo, que sejam realmente os melhores pilotos a nível nacional. E depois decidimos fazer uma aposta em 3 pilotos jovens, a entrar no grupo ainda em fase de formação. Porque acho que é trabalhar para o futuro, é interessante, e é motivador também para eles." Uma aposta que passa também pela tentativa de reanimar o parapente no feminino, com a integração de duas pilotos. Além da jovem Paula Martins, também Susana Rebelo foi convocada, e vê nesta chamada uma oportunidade de ir mais longe e incentivar outras mulheres a participar. |
"Sinceramente não estava à espera, mas quando fui convocada fiquei com vontade de evoluir e esta é uma experiência que o vai permitir, sem dúvida. Realmente, eu acho que quantas mais mulheres aparecerem, mais mulheres vão cativar. Na Madeira (nr: a piloto reside na Madeira) há poucas, aqui há mais, mas continuam a ser poucas. Acho que sim, é um incentivo para que venham mais mulheres. |
Eduardo Lago admite que esta transmutação da equipa deriva igualmente da necessidade de renovação do tecido competitivo nacional. "É óbvio que sim. Nós estamos num final de ciclo na carreira de alguns pilotos mais credenciados. E o facto é que se nos mantivermos quietos, isto não vai evoluir, ou não vamos ter elementos a nível competitivo de grande valor se não fizermos esse investimento. E acho que é importante fazer um investimento na base da formação, ir tentando enquadrar logo esses jovens pilotos para que dê fruto o mais rápido possível. E que sejam eles também a causa da motivação para exterior, para que outros pilotos possam sentir que também têm a oportunidade de vir a integrar a equipa nacional, também em fase de formação." Mesmo consciente de que este ano de transição para uma geração mais nova traz uma dificuldade acrescida, os objectivos mantêm-se intactos. | |
O fim de semana de estágio realizado na Serra da Estrela ofereceu condições ideais para expor os pilotos a situações normais de voo e competição.
No Sábado, o dia de voo cumpriu os objectivos propostos, com um tecto bastante aceitável para aquilo que ditava a previsão.
Já no Domingo, as condições melhoraram ligeiramente mas o vento foi aumentando e acabou por dificultar a tarefa dos pilotos.
No entanto, nota muito positiva neste início de época, com o trabalho a surtir efeito e a lançar uma luz de optimismo para as próximas sessões de trabalho.
Fonte: Federação Portuguesa de Voo Livre
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