Serra da Estrela é «uma das poucas marcas sólidas e capaz de atrair investimentos» para a região, defende presidente
O presidente do Polo de Turismo da Serra da Estrela
(TSE) não podia ser mais crítico da extinção daquele organismo e à sua
posterior integração na Turismo do Centro de Portugal, sediado em
Coimbra. O Governo anunciou na semana passada que, além da estrutura da
Serra da Estrela, vai ainda extinguir as entidades regionais de turismo
do Douro, Leiria-Fátima, Oeste, Alqueva e Alentejo Litoral.
Inconformado com a decisão, Jorge Patrão sustenta
que a extinção do Polo da Serra da Estrela representa «uma perda
significativa e uma perda de autonomia das marcas de destino turístico»
que vão «afetar, principalmente, o interior do país». O responsável
considera que a determinação da tutela é «profundamente negativa» para
«o futuro da nossa região e do interior», sustentando que «tudo o que
sejam medidas que violentem o interior são machadadas nas populações».
Jorge Patrão afirma que a Serra da Estrela é «uma das poucas marcas que é
sólida e capaz de atrair investimentos» para a região, daí que, com a
extinção do polo turístico, anteveja que «essa força se vai perder», até
porque, no seu entender, a região ficará «dependente do litoral».
Quanto ao futuro dos atuais 15 trabalhadores do organismo, o dirigente
confessa-se «muito preocupado», mas sugere que «essa questão não me deve
ser feita a mim».
O presidente da TSE já não acredita que o
processo volte atrás, mas sempre desabafa dizendo que já viu «tanta
coisa em tantos anos» que não afasta esse cenário, pois, mesmo que a
extinção avance agora, «no futuro, poderá haver uma nova visão sobre
esta matéria». A secretária de Estado do Turismo e o Sindicato dos
Trabalhadores da Administração Pública discutiram na semana passada o
ante-projeto de proposta de lei de alteração do regime jurídico das
áreas regionais de turismo e das entidades regionais de turismo que vai
alterar a atual regulamentação. O documento justifica a mudança
legislativa com a necessidade de «adaptação às novas realidades da
Administração Pública, mas igualmente para assegurar uma maior
eficiência no seu funcionamento e na prossecução dos seus fins». Deste
modo, mantêm-se as atuais cinco áreas regionais de turismo e são
extintas seis entidades regionais relativas a seis pólos de turismo, por
fusão noutras entidades. Assim, para além do pólo da Serra da Estrela, a
Turismo do Centro de Portugal também vai integrar o pólo de
Leiria-Fátima. Já as entidades regionais de turismo dos pólos do Douro e
do Oeste vão ser, respetivamente, integradas na Turismo do Porto e
Norte de Portugal e na Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, enquanto que os
pólos do Alqueva e do Alentejo Litoral passam a integrar a Turismo
Alentejo. De acordo com a proposta legislativa, as entidades regionais
de turismo têm por missão a valorização e desenvolvimento das
potencialidades turísticas de cada região.
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