Foto: Blogue Sameiro |
A equipa de peritos da comissão independente pelo Governo concluiu a razão do descontrolo do incêndio na Serra da Estrela não foi provocado por nem falta de coordenação, nem por desvio de meios para a Volta a Portugal. Terá sido causado por um helicóptero junto do local do fogo.
É o sexto incêndio de maior dimensão em Portugal, desde que há registos, e o maior registado no país no ano passado. Atingiu um local icónico e teve provocou um elevado prejuízo económico e social, sem ter registado vítimas mortais.
O fogo atingiu 22 freguesias, seis concelhos, tendo consumido um total de 22 hectares no parque natural da Serra da Estrela. O pesadelo começou na madrugada de 6 de agosto: o alerta foi dado às 3h18, no lugar de Garrocho, Vila do Carvalho, Covilhã. Galgou para o planalto de Manteigas, a antecâmara do Vale Glaciar do Zêzere.
A comissão independente concluiu que, antes do meio-dia, o fogo estava controlado, mas “a turbulência provocada pelo helicóptero quando recolhia a equipa reativou o fogo”. Nessa fase, os meios na faixa glaciária eram escassos e os meios aéreos inexistentes.
A SIC sabe que o helicóptero saiu de cena por avaria, um facto que não é reportado no relatório. Sabe ainda que o uso de contrafogo não foi autorizado pelo comando de Castelo Branco.
Os peritos falam em episódio eruptivo do fogo tanto no arranque, como na reativação do incêndio, que ocorreu no dia 15 de agosto, em Vale de Amoreira. A Autoridade Nacional de Proteção Civil chegou a falar em mão criminosa, mas no relatório está escrito que o "helicóptero fez um voo estacionário verificando-se o alargamento súbito da frente de chamas”.
A investigação aponta outros fatores para novo descontrolo. Nomeadamente que a “reação a reativação foi muito demorada e desorganizada”, os “combatentes não sabiam como chegar ao local” e que “não estavam atentos ao que ali se estava a passar”.
O documento a que a SIC teve acesso faz ainda outros reparos às câmaras e aos bombeiros: quando rebentou o fogo, a redução de combustível por uso de fogo controlado no parque natural estava a pouco mais de 30% do programado; as ações de combate, ficou evidente a falta de consideração pelas áreas protegidas; e a falta de equilíbrio entre a defesa das povoações e os povoamentos florestais.
E uma última conclusão: é preciso melhor desempenho no ataque ampliado de incêndios. Na próxima sexta-feira, a Escola Nacional de Bombeiros reúne todos os comandantes com área ardida para falar de lições para o futuro.
Fonte: SIC Noticias
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