Um
em cada cinco alunos chumba ou desiste de estudar no ensino secundário e
é no 12ª ano que o sucesso se revela mais complicado, indicam dados do
Ministério da Educação e Ciência.
Entre os anos letivos de
2009/2010 e 2012/2013, 22% dos alunos do secundário inscritos em cursos
cientifico-humanísticos não conseguiram fazer os três anos de
escolaridade no tempo previsto, segundo a taxa de retenção ou
desistência.
Nesta taxa, que mostra a percentagem de alunos que
não transita para o ano seguinte, misturam-se os casos de quem reprova
com aqueles que anulam a matrícula, por várias razões como desistirem de
estudar ou abandonar o país.
Os dados, disponíveis a partir de
hoje no site www.infoescolas.mec.pt, mostram que o 12.º ano é o mais
difícil, com 35% dos alunos a não conseguir terminá-lo com sucesso à
primeira.
Olhando para a evolução ao longo dos três anos
percebe-se que os alunos têm algumas dificuldades quando chegam ao 10.º
ano (17% dos estudantes não passam ou desistem), mas no 11.º ano a
situação melhora um pouco (taxa de retenção é de 13%).
No entanto,
nos últimos anos, o insucesso escolar no 10ª ano diminuiu (de 18% para
16%), mas no 11º ano verificou-se a tendência oposta, com a taxa de
retenção a subir de 12% para 14%.
Os municípios com mais problemas são Mogadouro (37%), Amadora e Ourique (ambos com 35%), Mora e Penamacor (34%) e Alter do Chão (33%), onde um em cada três alunos não consegue fazer o secundário em três anos.
Pampilhosa da Serra e Sines (ambos 30%) e Moita e Torre de Moncorvo (31%) são outros dos distritos mais preocupantes.
Alguns
municípios repetem-se quando se olha apenas para os resultados do 12.º
ano, onde mais de metade dos alunos não conseguiu concluir o último ano
de ensino à primeira: Alter de Chão volta a destacar-se pela negativa
com 61% dos alunos a não conseguir fazer o último ano à primeira,
seguindo-se Mogadouro e Mação (55%) e Amadora (52%).
Entre as
zonas do país com mais sucesso escolar surgem apenas seis municípios com
taxas abaixo dos 15%, com destaque para Murtosa, onde apenas um em cada
dez alunos (10%) não consegue fazer este ciclo de ensino nos três anos
previstos.
Depois, surge o Entroncamento (11%) e Moimenta da Beira
(13%) e, com uma taxa de 14%, os municípios de Armamar, Ponte de Lima,
Paredes de Coura, São Brás de Alportel, Carrazeda de Ansiães, Mira e
Arruda dos Vinhos.
Nelas, Monção, Manteigas, Arouca, Oliveira de Azeméis, Ansião e Batalha são as zonas do país onde se registaram 15% de retenções ou desistências.
Num
universo de 244 municípios analisados, 105 tiveram taxas de reprovação e
desistência acima da média, 124 a baixo e 15 autarquias ficaram dentro
da média nacional de 22%.
Fonte: Beira.pt
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