O Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco rejeitou a
providência cautelar da Câmara Municipal de Manteigas que pretendia
travar as obras na estrada 338 entre Piornos e Manteigas, anunciou a
autarquia.
O presidente da Câmara, José Manuel Biscaia, disse à agência Lusa que
o tribunal não aceitou a providência cautelar apresentada, situação que
lamenta por considerar que “esperava outro acolhimento”.
Na
decisão hoje divulgada, o tribunal reconhece que “assiste alguma razão
ao requerente, porém não é fundamento que justifique a concessão da
medida cautelar cujo decretamento provisório peticiona”.
“Quanto à
possibilidade das requeridas serem intimadas a, até ser proferida a
sentença no presente processo cautelar, manter aberta parte da ER 338
(…) durante a execução dos trabalhos da empreitada (…), não se decreta a
mesma, por não se revelar, na presente fase, necessária à prevenção de
qualquer lesão grave e iminente”, lê-se no documento.
Perante a
decisão, o autarca diz que aos eleitos e à população, que também está
contra a realização das obras naquela via de ligação à Serra da Estrela,
apenas resta “a indignação”.
“Podemos fazer indignação sobre indignação e dizer que somos considerados filhos bastardos de um país”, disse.
O
autarca também questiona: “Como é que é possível que uma zona de
encravamento como a nossa e que precisa daquela estrada para
proprietários agrícolas e empresários, como é que é possível que ninguém
tenha em consideração uma terra que vive do turismo?”.
José
Manuel Biscaia referiu que a autarquia de Manteigas ainda espera pela
decisão relativamente a outra providência cautelar, mas vaticina que,
“se calhar, vai ter o mesmo sentido”.
A Infraestruturas de
Portugal (IP) está a realizar desde o final do mês de maio uma
intervenção de requalificação da ER 338 entre Piornos e Manteigas, na
Serra da Estrela.
A autarquia de Manteigas e a população exigem o
alargamento da via e estão contra o fecho da estrada durante a
realização das obras.
Na terça-feira, o presidente da Câmara
esteve reunido com um elemento da IP e foram discutidas algumas
propostas relacionadas com a semaforização da estrada (para circulação
de veículos pesados em segurança), a criação de uma via alternativa à
circulação durante as obras, a antecipação do prazo dos trabalhos e que a
ER 338 fosse alargada logo que avançassem o IC6, o IC7 ou o IC37.
O
autarca referiu que na quarta-feira à noite o elemento da IP com quem
reuniu lhe telefonou a dizer que as propostas tiveram bom acolhimento
por parte do presidente do Conselho de Administração da empresa e que
enviaria, por correio eletrónico, um memorando que seria assinado, na
sexta-feira, entre ambas as entidades.
“Ficou de enviar o
memorando e nada. Agora, não sei rigorosamente nada”, lamenta José
Manuel Biscaia, que demonstra “indignação” pela situação.
Fonte: Beira.pt
Foto: Facebook - Não ao corte da Regional 338
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