segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Javalis atacam culturas na Serra da Estrela

O aumento de javalis que actualmente se verifica na Serra da Estrela está a preocupar os agricultores locais, que temem a destruição das suas culturas.
Por isso, no dia 10 de Novembro será realizada uma caçada a este animal, promovida pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) em conjunto com o clube de caça de Manteigas, que gere a caça na região.
«Os javalis destroem-nos as culturas todas», queixa-se João Direito, produtor de centeio em Campo Romão, no concelho de Manteigas. Os prejuízos causados pelos ataques destes ‘porcos selvagens’ «são enormes», lamenta o agricultor, acrescentando que todas as noites a sua seara é atacada. «E não é a única; todos os campos contíguos são devastados», esclarece, adiantando que recentemente voltou a pedir ao clube de caça de Manteigas autorização especial para abater javalis. «Todos os anos recebemos vários pedidos para organizar caçadas», confirma Daniel Saraiva, responsável da associação.
O aumento do número de javalis deve-se ao facto de estar extinto na região o único predador natural destes animais: o lobo ibérico. Assim, as caçadas aos ‘porcos selvagens’ são a única forma de dominar o seu apetite voraz.
«A caça tornou-se a única forma de controlar as populações», admite o responsável do Parque da Serra da Estrela ao SOL, Fernando Queirós, explicando que «o ICNF não tem meios próprios» para realizar caçadas, tendo, por isso, de se agir em cooperação com as associações de caçadores locais. «Conseguimos fazer três a quatro montarias por ano», conclui Fernando Queirós.

Espécies ameaçadas
Um dos motivos que levam o ICNF a pedir aos caçadores para abater javalis é o facto de não só destruírem culturas agrícolas, como também «ameaçarem espécies protegidas de animais e plantas», diz fonte do organismo.
Segundo o responsável do Parque Natural, todas as caçadas obedecem a regras específicas. «Quando acontecem em zonas protegidas, tem de se respeitar o período de nidificação das aves da serra», sublinha, explicando que nestes casos se opta por abater os animais à noite, altura em que há «menor perturbação da fauna selvagem».
Apesar dos prejuízos provocados pelos porcos selvagens, não há estudos sobre o número de animais existentes. «O controlo das populações tem de ser um trabalho permanente», avisa o director-adjunto do Parque da Serra da Estrela.

Fonte:  Jornal Sol

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