segunda-feira, 23 de maio de 2011

Autarcas e ambientalistas pedem novo rumo para a Serra da Estrela

Autarcas e ambientalistas da área do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) defendem uma nova dinâmica na gestão, para atrair visitantes para aquela área protegida, sem colocar em causa as suas riquezas ambientais.

O PNSE, criado em 1976, tem 88 mil hectares e abrange a totalidade do concelho de Manteigas e parte dos municípios de Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda e Seia. Esmeraldo Carvalhinho, presidente da Câmara Municipal de Manteigas (PS), considera que, por o seu concelho estar totalmente integrado na área do parque, tem tido «algumas limitações» no desenvolvimento. Refere que o Plano de Ordenamento (PO), que visa garantir a conservação da natureza e da biodiversidade, a manutenção e valorização da paisagem, a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento económico das populações locais, tem sido «redutor para o desenvolvimento» do município. «Manteigas sofre alguns constrangimentos devido a todo o seu território estar dentro do parque e às imposições do PO», declarou à Lusa. Afirma que «há vantagens mas não superam os constrangimentos», porque é impossível desenvolver atividades turísticas em determinadas áreas de proteção ambiental. 
O presidente da Câmara de Gouveia, Álvaro Amaro (PSD), discorda do atual modelo de gestão, mas garante que a área protegida «nunca foi nenhuma força de bloqueio» para o município. Existem belezas naturais que «são elemento de atração de gente» e que a autarquia aposta «no pedestrianismo e no turismo de natureza». No entanto, por considerar que o ambiente é «um eixo importante» para a política de desenvolvimento da região, defende que o PO do PNSE, aprovado em 2009, necessita de «alguma atualização». 
A associação ambientalista Amigos da Serra da Estrela (ASE), presidida por José Maria Saraiva, recorda que o PNSE «foi inicialmente uma entidade com algum vigor» mas, com o passar dos anos, «demarcou-se da aproximação às pessoas». «A sensação que temos hoje em dia é que o parque, enquanto instituição local não existe passando a ser uma extensão do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade central, desgarrada da realidade serrana», denuncia.
 
Fonte:  Guarda.pt

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